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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Crítica – As Aventuras de Tintim

Estou diante do caso mais difícil de minha “carreira” como crítico, pois não li as HQs de Hergé, nem assisti ao desenho que passava na TV Cultura. Então se quiser ler uma crítica baseada nos mesmos, procure outro lugar, pois esta é uma crítica do filme, e sem comparações com a obra original.

Agora que dei o aviso, falemos do filme. Tintim (Jamie Bell) é um jovem repórter, que está sempre atrás de boa matéria. Um dia, ele vê à venda na rua o modelo de um galeão antigo e resolve comprá-lo. Logo dois outros interessados o abordam, querendo adquirir o objeto, mas Tintim não o vende. Ele leva o galeão à sua casa, onde o coloca em destaque. Só que a entrada de um gato faz com que Milu, seu cachorro, o persiga dentro de casa e, por acidente, derruba o galeão. Ele fica danificado e um pequeno cilindro sai de seu interior, sem que Tintim perceba. Logo Tintim e Milu vão à biblioteca, onde tentam encontrar mais informações sobre o navio retratado no modelo. Ao retornar percebem que o galeão foi roubado. Tintim vai até a mansão recentemente comprada pelo doutor Sakharine (Daniel Craig), um dos interessados em comprar o modelo, mas nada descobre. Ao retornar ele encontra o cilindro e percebe que, dentro dele, há uma pista para um tesouro perdido. É o início de uma nova aventura, onde Tintim e Milu se juntam ao capitão Haddock (Andy Serkis) na disputa contra Sakharine para encontrar o tesouro.

Como sabem, o filme foi feito através da captura de performance (onde o ator veste uma roupa especial que captura seus movimentos, suas feições e falas). Graças a isso, o filme é espetacular em termos de efeitos visuais, nem parece que é CGI, é tão realista que até a mínima cutícula e o mínimo grão de poeira estão presentes em cena. Esqueceram, porém, dos olhos de Tintim, que ficam esbugalhados o filme inteiro, parecendo estar sob efeito de drogas. O 3D está muito bem aplicado, dando profundidade aos cenários e injetando adrenalina nas ótimas cenas de ação à la Indiana Jones, afinal é um filme de Steven Spielberg.

O elenco foi muito bem selecionado, dando destaque para Andy Serkis e Daniel Graig. Se Serkis não for indicado ao Oscar por Planeta dos Macacos, pode ser indicado tranquilamente por Tintim, apesar se ser uma animação. Seu Capitão Haddock, está perfeito e com um sotaque russo bem forte. Simon Pegg e Nick Frost também merecem destaque como os gêmeos Dupond e Dupont, que são os agentes atrapalhados da Interpol. Jamie Bell está absolutamente normal, uma atuação, digamos, comum.

Apesar de ser bem movimentado, As Aventuras de Tintim é bem frio, meio sem alma, que causa certo estranhamento para quem não conhece as HQs e o desenho (meu caso), para os garotos independentes e infantis, é perfeito! Para os jovens adultos que conhecem Tintim, vão achar um monte de objetos que aparecem nas estórias. Claro que tem algumas cenas que todos vão ficar vidrados e maravilhados, mas tirando essas cenas, o filme dá um sono...

Conclusão: Spielberg faz um filme mediano, dando destaque para os efeitos visuais. Tomara que na sequencia (que será dirigida por Peter Jackson), melhore nesses aspectos que citei acima. Recomendo? Para quem gosta de aventura, sim. Se estiver com a grana curta, economize para outros filmes melhores. Nota: 8


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